A Monarquia Portuguesa nunca foi Racista.
Em 1799 durante o tradicional Beija-mão na Corte em Lisboa, o Príncipe Regente Dom João VI recebeu a visita de um súdito do Brasil, o negro forro Cypriano Borges de Santa Ana Barros, que viajou de sua terra natal na Bahia para participar do Beijão Mão de Dom João VI em gratidão pela compra de sua carta de alforria pelo príncipe regente, após petição de Cypriano as cortes de Lisboa, implorando que fosse cumprido o pedido de seu falecido senhor o Desembargador de Salvador Francisco Nunes da Costa, que em testamento pediu a alforria de todos os seus escravos, pedido este que havia sido negado pelo Juiz de Alta Corte de Salvador Mathias José Ribeiro.
Além de ter concedido sua liberdade, o Príncipe Regente realizou outro pedido de Cypriano, a patente de Capitão das Milícias de Henrique Dias, a tradicional companhia de infantaria composta inteiramente por negros que existiu no Brasil Colonial.
Segundo o Historiador Britânico A. J. R. Russell-Wood, este episódio demonstra a percepção que os Habitantes dos territórios ultramarinos tinham do Monarca de Portugal como um agente imparcial da Justiça, a que poderiam recorrer. Fonte: Acts of Grace': Portuguese Monarchs and Their Subjects of African Descent in Eighteenth-Century Brazil
A. J. R. Russell-Wood