Agostinho Da Silva - Frases de Agostinho Da Silva - Acerca de Agostinho Da Silva

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Comentários

  • "[…] uma boa definição de homem, para além de suas limitações físicas, seria a de que é um ser de embrionária liberdade, cujo dever, cujo destino e cuja justificação é o da liberdade plena; plena para ele, plena para os outros, plena para os animais, plena para ervas, plena talvez até para seixo e montanha"

    • Agostinho da Silva, “Nota a Cinco Fascículos” [1970], in Textos e Ensaios Filosóficos II, pp. 262-263.
  • "Não afastes, pois, o meio que te pode conduzir à liberdade plena; começa hoje mesmo, pela simbólica maçã, a assimilar o mundo, vai-o observando instante a instante, encontrando nele as semelhanças divinas com a luz que te resplende no peito; dispõe das cores e dos sons, combina o que numas e noutras há de essência, vai para além da espessura dos troncos e do brincar alvo das espumas; que nada haja por fim fora de ti senão como sonho que poderás sonhar quando quiseres, como um jogo que elevas ou derrubas à vontade; aprisiona o teu Senhor e o conselheiro que em mim te surge na fina tarde com a lei que tiveres inventado e sê tu livre; subjuga depois a própria lei, concebe-a como figura do sonho ou como pedra do jogo; e então, ó Eva, te alargarás a todos os espaços e, batidos os deuses, serás Deus."

    • Agostinho da Silva, DISCURSO DA SERPENTE, CONSIDERAÇÕES, (1944), in "Textos e Ensaios Filosóficos, I", Âncora Editora, 1999, pp. 87 e 88.
  • "Não adianta nada ser viúvo
    seja lá do que for em que haja sol
    se por ausente vida é que me escuso
    de luz dentro de mim aos outros homens
    se era a posse que amava no que tinha
    e preso me fechava ao que era amor
    bom foi que me livrasse meu destino
    e me enflorasse a terra além da dor
    amor de mim me solta de sofrer
    e já nem a mim amo inteiro dou
    o que não sendo sou aos outros todos
    fiel ao que me sou dever mais alto
    se antolha do que ser fiel a Deus
    que talvez seja apenas sonho meu."
    Agostinho da Silva, PROJECTO DE SONETO À "LUZ DE INVERNO", in José Navarro de Andrade (org.), "Ingmar Bergman - Ciclo de Cinema", Cinemateca Portuguesa, Tetra Pak, Lisboa, 1989, p. 9.

  • "Em mim tenho o mundo inteiro
    e mais que tudo as estrelas
    é procurá-las no céu
    o que me impede de vê-las "
    ~ Agostinho da Silva, Quadras Inéditas, p.39.

  • "Todas as religiões são verdadeiras como linguagem; mas o verdadeiro templo de Deus está na alma do homem que atingiu a felicidade; e o seu verdadeiro culto é o amor sem desejo de tudo quanto existe no mundo."
    ~ Agostinho da Silva

  • "O grande defeito dos intelectuais portugueses tem sido sempre o só lidarem com intelectuais. Vão para o povo. Vejam o povo. Vejam como ele pensa, como ele entende a vida, como ele gostaria que a vida fosse..."
    ~ Agostinho da Silva

  • "O bom historiador escreve do passado, criticando o presente e projectando o futuro. Toda a história que vale é a do futuro."

    • Agostinho da Silva, "Pensamento à solta", in "Textos e Ensaios Filosóficos, II", Âncora Editora, 1999, p. 146.
  • “Se estás disposto a nunca usar da violência, e sempre resistindo, torna-te forte de corpo e alma; é a mais difícil de todas as atitudes; exige a constante vigilância de todos os movimentos do espírito, o domínio completo de todos os impulsos dos nervos e dos músculos rebeldes; a agressão é fácil defesa contra o medo e também a primeira solução; para que, em todos os instantes, a possas pôr de lado e substituí-la pela tranquila recusa, não te deves fiar nos improvisos; a armadura de que te revestes nos momentos de crise é forjada dia a dia e antes deles; faz-se de meditação e de ginástica, de pensamento definido e preciso e de perfeitos comandos; quando menos se prevê surge o instante da decisão; rápida e firme, sem emoções ou sufocando-as, tem de trabalhar a máquina formada.
    Que trabalhar, sobretudo, humanamente; a visão do autómato é a pior de todas para os amigos do espírito; [...] requer-se no inabalável a humanidade, o sorriso afectuoso, a íntima bondade, a desportiva calma, [...] sozinho guardarás as lutas interiores que tens de suportar, [...] será tua boa auxiliar a pele dura e uma carne que domada, suporte, sem revolta, as privações e os trabalhos; [...]."
    - Agostinho da Silva, Considerações, in Textos e Ensaios Filosóficos, vol.1, Lisboa: Âncora Editora, Abril 1999.

  • "Creio [...] que o sofrimento é um dos factores mais eficientes da nossa vida moral, desde que o integremos na marcha geral do mundo; apura-nos no sentido de que nos leva ao mais profundo de nós: o não sofrimento (que não é o mesmo que felicidade) gera o egoísmo, o encadeamento na aparência, a indiferença à procura de Deus.
    Note-se ainda que o sofrimento é menor à medida que o nosso egoísmo se desvanece, que amamos realmente os outros e não nós nos outros, como quase sempre sucede (gosto de um amigo, de estar com ele, porque me sinto bem junto dele, não porque ele se sente bem junto de mim) [...].
    Sofremos o menos possível, talvez cheguemos a não sofrer, se estivermos bem no fundo de nós, se florescer por completo o Deus oculto em nós."

    • Agostinho da Silva, Alcorão (cerca de 1947), In Amândio Silva e Pedro Agostinho (org.), "Presença de Agostinho da Silva no Brasil", Edições Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, 2007, pp. 73 e 74.
  • "Sobrámos das catástrofes para sermos o que quisermos quando quisermos: e nada há melhor para ser, depois que acendermos chama em nós, do que espancar com elas as sombras que atemorizam os outros e pelo medo os podem destruir; chegou o tempo de nos prepararmos para as novas viagens, que o soltar das amarras vem aí"

    • Agostinho da Silva, Educação de Portugal, Textos Pedagógicos II, pp. 150-151.
  • "E não me chamem de mestre
    sou apenas aprendiz
    daquilo que me é o mundo
    e do que sendo me diz"
    ~ Agostinho da Silva

  • “É evidente que a nossa economia actual é a mesma, quer do lado capitalista, quer do lado a que se chama socialista ou comunista. (...) É uma economia do trabalho, da produção, do consumo, é uma economia de uma obrigação e que com a consciência leve toma conta da terra, como se a terra lhe pertencesse, toma conta das plantas, dos animais e dos homens no fim de tudo. São organizações, de um lado e do outro, que tomam conta de tudo o que está vivo e não só – o homem, por exemplo, vai demolir montanhas para tirar o ouro ou a prata, dominando o mundo num império brutal sobre as coisas; é extraordinário o que o homem faz com os animais – toda a gente quer pôr coisas internacionais para os direitos humanos, e os direitos dos bichos? Um dia vão ter... porque o que é isso de dominar cavalos ou cães e todas essas histórias!? Vão ter problemas complicados com isso, não é? Então eu gostaria que toda a gente começasse por ter a ideia de que ela própria é alguma coisa realmente imperial, autocrática e dominadora (...)”
    ~ Agostinho da Silva (com Henryk Siewierski), Vida Conversável, Sintra, Zéfiro, 2020, pp.14-15.

  • "Só há homem quando se faz o impossível”

    • Agostinho da Silva
  • “Quanto mais se sentir só, melhor irá; mas há duas espécies de solidão, uma que vem de não acompanharmos os outros, outra que vem de não nos acompanharem eles; a segunda é que vale. Esteja sempre com os homens e faça o possível porque eles não estejam consigo”

    • Agostinho da Silva, in Sete Cartas a um Jovem Filósofo.
  • "Cada um de nós traz dentro da sua alma a galera que nenhuma tempestade há-de fazer naufragar"
    ~ Agostinho da Silva, in Pólicles

  • "Admirar a Natureza e não admirar a mulher que é a sua obra mais bela e não a admirar, querendo-a, em tudo que ela é, espírito e corpo, é ser um poeta que faltou, na sua alma, à amplitude do mundo"

    • Agostinho da Silva, Sete Cartas a um Jovem Filósofo
  • "A visão mais alta que podemos ter de Deus, nós que somos apenas uma parte do Universo, é uma visão de Inteligência e Amor; os pecados fundamentais que o homem poderá cometer são as limitações da Inteligência ou do Amor: toda a doutrina estreita, sem tolerância e sem compreensão da variedade do mundo, toda a ignorância voluntária, todo o impedimento posto ao progresso intelectual da humanidade, toda a violência, todo o ódio, limitam o nosso espírito e o dos outros, impedem que sintamos a grandeza, a universalidade de Deus."

    • Agostinho da Silva, DOUTRINA CRISTÃ (1943), in Textos e Ensaios Filosóficos, I, 1º ed., Âncora Editora, Lisboa, 1999, p. 81.
  • […] Homens que não sintam obrigação alguma que não seja a de se aproximarem, quanto possível, da divindade de ser livre; livre no viver, livre no saber, livre no criar. - Agostinho da Silva
    Poucos serão os mestres que não se poderiam substituir por discos ou papagaios; e esses ensinam pelo viver, pelo escrever, pelo trabalho em seus laboratórios. (Agostinho da Silva, Pensamento em Farmácia de Província) O trabalho não é virtude, nem honra; antes veria nele necessidade e condenação. - Agostinho da Silva, Considerações sobre Um Tema

  • “Se todo o rio te dá a ideia de ponte, toda a montanha a ideia de túnel e todo o charco a ideia de aterro, é bem difícil que a ti próprio te aceites; mas pode ser que sejas tolo e te admires até.
    Quem quer casar com a carochinha/ que é filósofa e sozinha?”

    • Agostinho da Silva [João Cascudo de Moraes], Pensamento em Farmácia de Província, 1977.
  • "Três votos fará aquele
    que não ser tolo decida
    e venha deles primeiro
    o de obediência à vida
    será o segundo a vir
    o de não querer ser rico
    o muito passe de largo
    o pouco lhe apure o bico
    não violar-se a si próprio
    como principal o veja
    alto ou baixo gordo ou magro
    assim nasceu assim seja."

    • Agostinho da Silva, UNS POEMAS DE AGOSTINHO, Ulmeiro, 1997, p. 124.
  • "O Estrangeiro - Tudo é incerto e misterioso no mundo, Diotima; quem sabe se um dia, tão facilmente como deslocamos esta pedrinha daqui para ali, não podem os homens transformar em bons os mesmos germes das sementes, de modo que não haja sobre a terra senão primaveras magníficas?"

    • Agostinho da Silva, CONVERSAÇÃO COM DIOTIMA (1944), in Textos e Ensaios Filosóficos, I, 1º ed., Âncora Editora, Lisboa, 1999, p. 165.
  • " Para que possa compreender Deus, para que possa, melhorando-se, melhorar também os outros, o homem precisa de ser livre: as liberdades essenciais são três: liberdade de cultura, liberdade de organização social, liberdade económica. Pela liberdade de cultura, o homem poderá desenvolver ao máximo o seu espírito crítico e criador; ninguém lhe fechará nenhum domínio, ninguém impedirá que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado. Pela liberdade de organização social, o homem intervém no arranjo da sua vida em sociedade, administrando e guiando, em sistemas cada vez mais prefeitos à medida que a sua cultura se for alargando; para o bom governante, cada cidadão não é uma cabeça de rebanho; é como que o aluno de uma escola de humanidade: tem que se educar para o melhor dos regimes, através dos regimes possíveis. Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se ao que existe de mais belo e de mais amplo; nenhum homem deve ser explorado por outro homem; ninguém deve, pela posse dos meios de produção e de transporte, que permitem explorar, pôr em perigo a sua liberdade de Espírito ou a liberdade de Espírito dos outros. No Reino Divino, na organização humana mais perfeita, não haverá nenhuma restrição de cultura, nenhuma coação de governo, nenhuma propriedade. A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos."

    • Agostinho da Silva, A DOUTRINA CRISTÃ (1943), in Textos e Ensaios Filosóficos, I, 1º ed., Âncora Editora, Lisboa, 1999, p. 82.
  • "Já você, outro dia, se revoltou perante o meu prazer de embarcar, embarcar sempre, acreditando cada vez menos nos portos de chegada; você, para lutar, precisa de ter a certeza da vitória. Bem sei: só vence quem tem fé, e ai de quem vai desanimado para os combates, e nem sequer acredita que se possa ganhar… Já ouvi tudo isso e tentei aprendê-lo bem e sei que, naturalmente, vocês todos têm razão. No entanto, continuo a suplicar aos deuses, a ter como mais firme dentro em mim a aspiração de que um dia atinja o heroísmo de me atirar a todas as batalhas em que não haja esperança de vitória. Ser um homem de ciência, por exemplo; construtivo e cético. Cheio de dúvidas metódicas e de entusiasmo. Não me tentam nada as estradas que vão de um ponto a outro, de que sabemos à partida, a quilometragem e a direção; tentam-me as estradas que não vão dar a nenhum ponto. E não larguei ainda porque não sou bastante forte para essa vida difícil. Admiro muito os cristãos que iam para o circo e se deixavam torturar, despedaçar, devorar pela sua causa; admiro imenso os homens que uma chama de fé abrasava e transformava em heróis. Mas no mais íntimo do meu coração reservo um lugar para o que talvez tenha estado entre eles e sem fé; espero que um dia um arqueólogo descubra um papiro com o nome e a história desse herói. Um papiro do futuro, porque não creio que até aqui a humanidade tenha produzido flor tão rara."

    • Agostinho da Silva, Sete Cartas a um Jovem Filósofo, Carta III, in Filosofia enquanto Poesia, 2019
  • "Ora, se estamos todos muito bem preparados para reclamar liberdade para nós próprios, menos dispostos parecemos para reclamar sobretudo liberdade para os outros ou para lhes conceder a liberdade que está em nosso poder; se conhecêssemos melhor a máquina do mundo, talvez descobríssemos que muita tirania se estabelece fora de nós como se fosse a projecção ou como sendo realmente a projecção das linhas autocráticas que temos dentro de nós; primeiro oprimimos, depois nos oprimem; no fundo, quase sempre nos queixamos dos ditadores que nós mesmos somos para os outros; e até para nós próprios, reprimindo todas as tendências que nos parecem pouco sociais ou pouco lucrativas, desejando muito que os outros nos vejam como simples, bem ajustados, facilmente etiquetáveis. Mas nenhum mundo realmente novo, e está o velho cair aos pedaços, poderá realmente surgir sem que tenhamos por ideal exactamente o contrário: que a complexidade, que provavelmente é o natural do homem, como espelho, semelhança e imagem da totalidade que Deus é, se afirme sobre a simplicidade e deixemos finalmente de crucificar, para depois lhes levantarmos templos, todos aqueles que ousaram ser completos e complexos, e se não limitaram, para sua comodidade, ou nossa, a arrastar-se molemente na vida, como larvas de gente."

    • Agostinho da Silva, SOBRE AS ESCOLHAS (1970), in Textos e Ensaios Filosóficos, II, 1º ed., Âncora Editora, Lisboa, 1999, p. 226.
  • "Nem paragem nem mover-se
    nos seja lugar de asilo
    pois que não é do divino
    o ser isto ou ser aquilo
    nos mexamos num constante
    estar quieto como morto
    navegando em todo o mar
    e de âncora em cada porto
    ao tempo mesmo de estar
    fugindo a isto ou aquilo
    nos acolhendo ao que seja
    nosso inexistente asilo."

    • Agostinho da Silva, UNS POEMAS DE AGOSTINHO, Ulmeiro, Alpiarça (4ª ed.), 1997, p. 71.
  • "Un dos grandes placeres nosos, que falamos portugués do século XVII, devía ser o de atopar na Galicia a fase anterior, a do século XIV; outro placer o de refreixárnos nos espello galego e ahi descubrir o fundamento da nosa universalidade sicolóxica, naturalmente ampliada por Portugal, claro está. Mais debía haber un terceiro pracer: o de que dando noticia do que estamos a facer en todos os campos, levar a que a Galicia se sinta orgullosa de nós como si de ela fose e vexa como proeza súa a que fora nosa. Esta, pois, será a testemuña que vos daremos sempre que sexa posible; a testemuña da vosa propria grandeza de primeira orixe naquelo en que fomos sendo grandes; da nosa forza estamos nós certos: mais veredes tal vez pola propria testemuña como ainda nos será útil moito da vosa guia, da vosa reflesión, da vosa esperiencia de tanto século."

    • Agostinho da Silva, TESTEMUÑA BRASILEIRA, (VOZ DA GALICIA, 1973), in Ensaios Sobre a Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira, II, Âncora Editora, Lisboa, 1ª ed., 2001, pp. 376 e 377.
  • "Acção, eis a MENSAGEM: se pensas, faze; se adoras, sê; se a geometria é teu domínio, torna-a, como no século XV, o melhor navio e o melhor mapa do teu tempo, ou, por outras palavras, dize aos outros homens qual o sistema melhor para que o Paraíso se aproxime e quais os melhores roteiros, não só para que a nossa alma se salve, mas para que, por sua salvação, se salvem a de todos os outros, que isso é, creio eu, ser religioso, e não apenas homem de igreja; se a religião é teu domínio, torna-a concreta, para o que não basta substituir o órgão pela guitarra eléctrica, o latim pelo vernáculo e a volta por laço de gravata: pregar-se-á antes pela coragem dos actos, a pobreza da vida e, sobretudo, o desdém do poder."

    • Agostinho da Silva, MENSAGEM (1970), in Ensaios Sobre a Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira, II, Âncora Editora, Lisboa, 1ª ed., 2001, pp. 21 e 22.
  • "[...] o que há hoje que fazer no mundo não é repetir receitas de dirigir o igual: é inventar maneiras de tornar frutuoso o diferente."

    • Agostinho da Silva, REALIDADE E SONHO (1970), in Ensaios sobre a Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira, II, Âncora Editora, Lisboa, 1ª ed., 2001, p. 34.
  • "Apressadamente destruímos o mundo com a gasolina dos automóveis em que solitários e magníficos nos impomos em espectáculo, com o papel de floresta em que imprimimos nossos anúncios, com o ferro e o carvão de que fabricamos nossos anos de comodidade; invasores sem escrúpulos não teriam pilhado o planeta com mais pressa e mais descanso do que nós o fizemos; nem ficamos no que tiramos de nossa inteligência, de nossos sentimentos ou de nosso tempo muito atrás do que cometemos com a riqueza material que terra e ar, talvez um dia espaço, nos oferecem."

    • Agostinho da Silva, QUINZE PRINCÍPIOS PORTUGUESES, in DISPERSOS (1965), in Paulo Borges (org.), DISPERSOS, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Lisboa, 1988, pp. 258 e 259.
  • “De Deus nunca disse nada pela razão muito simples de nada poder dizer. Se em relação a Deus usar um qualquer tipo de linguagem, estou certamente a ofender o essencial. [...] Por isso, procuro não insistir no emprego da palavra. Posso entender aquilo a que chamam Deus na medida em que estou silencioso, em que me recuso a definir Deus.”

    • Agostinho da Silva., Entrevista com Agostinho da Silva (Participação de Joel Serrão, João Lopes Alves, Nuno Nabais, António Braz Teixeira e José Pedro Serra), in Filosofia – publicação periódica da Sociedade Portuguesa de Filosofia – nº 2 – Dez. 1985 (publicada em Dispersos, p. 76).
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